domingo, 1 de maio de 2011

Aviso importante!

Aviso a todos os leitores do blog que o décimo capitulo foi o último a ser publicado no mesmo. então peço-lhes que se estiverem interessados em saber outras partes da história entrem em contato com esse que lhes fala. estarei disponibilizando o e-mail daskreuzbook@hotmail.com para contato.
Muito obrigado a todos, e continuem a ler!

segunda-feira, 14 de março de 2011

Capitulo 10: River

E papai...

Capitulo 9: Turn

“tum tum tum”
Alguém bateu na porta.
O rapaz que estava com a gente olhou para Amber com uma cara de raiva e foi atender.
“Quem é?”
“Aqui é o vizinho da frente, eu ouvi alguns gritos e resolvi vir ver se estava tudo bem, está tudo certo aí dentro?”
“Sim.”
“Tem certeza?”
“O senhor não precisa se preocupar com nada, está tudo bem aqui dentro.”
O vizinho foi embora...
“Por culpa da gritaria de vocês! Agora a policia deve estar chegando a qualquer hora! Seus imbecis!”
Ele se aproximou da gente e deu um soco na cabeça da Amber.
“Se você não tivesse gritado não teria nenhum vizinho vindo aqui checar as coisas! Sua idiota!”
Amb ficou tonta com a pancada.
Ele começou a desamarrar cada uma das minhas irmãs, e mandou todos esperarem longe da porta.
“nós vamos sair dessa casa, não podemos mais ficar aqui, e eu não estou nem perto de conseguir o que eu preciso.”
Quando já tinha soltado todas ele nos mandou ir para a porta, e entrarmos no carro.
No pequeno desleixo de virar de costas para Amy, ela pegou uma faca que estava em cima da mesa, e apunhalou-o na clavícula.
“AARGH, o que foi que você fez sua vadia?!”
Ele tirou a faca de seu ombro e depois tirou a camisa colocando-a sobre o ferimento para poder minimizar a hemorragia e então, com a mesma faca, começou a cortar a pele de amy, com vários cortes profundos que a fizeram sangrar muito, mas depois de pouco tempo o homem caiu no chão. Ele estava morto. A facada tinha perfurado sua artéria axilar.
Amm pegou a chave do carro que estava no bolso do bandido, e entramos naquele rapidamente, para que não fossemos surpreendidos novamente.
Amy acelerou o carro, em direção a casa de um tio nosso por parte de pai, que era médico, e que poderia nos auxiliar naquilo que estava acontecendo.
No caminho, Megan tentou várias vezes ligar para o telefone de papai, mas sempre caía na caixa postal.
O tempo dentro daquele carro parecia parar, parecia que todos os semáforos estavam fechados quando chegávamos perto, e todas as ruas pareciam mais desertas e mais cheias de bandidos.
Quando o carro parou em uma rua deserta nos assustamos com a presença de um indigente que batera em nossa janela pedindo dinheiro, tudo parecia mais sombrio naquela noite.
Um pouco mais tarde paramos em frente a uma casa grande que tinha todos os seus detalhes em uma madeira bem escura, a cor dela era de um branco alvo, com muitas paredes de vidro que deixavam a casa um tanto exposta, porém muito bela.
Bati à porta, quem atendeu foi um rapaz alto, trajado em um terno preto, ele fez uma cara estranha, como de reprovação.
“O que desejam?”
“Precisamos falar urgentemente com nosso tio”
“vou chama-lo”

“Zuum, Zuumm.”
O celular da Meg vibrou, pegamos o celular. Era uma mensagem do celular do papai, e nela tinha um video. Abrimos.
“Meg, Amy, Amb e Chase, eu amo todos vocês, me perdoem por tudo isso.” disse papai.
E então o bandido deu uma pancada com a arma nele, ele caiu no chão, e o video acabou.
Ficamos cerca de um minuto olhando para o video, depois nos olhamos, Meg não entendeu o que tinha acontecido, ela tinha ouvido o barulho da pancada mas não podia ver o que tinha acontecido.
Eu não entendia muito bem tudo aqui, e nem sabia como sair daquele sonho ruim. Tudo parecia um pesadelo, parecia que a qualquer hora eu poderia levantar da minha cama e ver que era tudo era mentira, ao menos era isso que eu queria. Mas não aconteceu.
De repente ouvimos o cantar dos pneus de um carro, ele vinha de uma esquina que estava a mais ou menos uns 100 metros de onde estávamos e rapidamente se aproximou de nós. Ele à frente da casa e do carro desceu outro rapaz, dessa vez mais baixo, apontou uma arma para nós e nos mandou entrar no carro.
“O que estão olhando seus idiotas?! Passem agora para o carro!”
Megan foi quem deu o primeiro passo, foi tateando o chão para não bater em nada. Amber seguiu seus passos, depois eu, e por ultimo foi Amy.
Quando amy estava entrando no carro ele a puxou pelos cabelos.
“O QUE VOCÊ ESTAVA PENSANDO QUANDO O MATOU?! SUA VADIA!”
Ela não respondeu, ficou somente olhando para ele.
“Sua puta!”
Ela continuou calada.
“ELA NÃO PODE OUVIR SEU IDIOTA!” foi a primeira vez que eu tive coragem de falar.
“ARG!” gritou ele.
Ele deu um soco na cara dela, e ela caiu no chão. Em seguida começou a chutar ela com muita força.
Am começou a tossir sangue, e não conseguia se defender do que ele estava fazendo.
Meg deu um grito.
“PARA COM ISSO!”
Em resposta ele deu um gargalhada.
“Quem você acha que é?
Quem dita as regras aqui sou eu queridinha, então trate de ficar bem calada, para não acabar como sua querida irmã.”
As meninas já tinham entrado no carro, mas eu saí novamente para ficar ao lado da Amy
Ele me jogou dentro do carro e trancou nós três lá dentro.
Ele puxou a arma e deu dois tiros nas pernas de Amy, em seguida olhou para ela e disse
“Isso é pra aprender a nunca mais fazer uma merda dessa, sua vadia!” e com isso enfiou o dedo no buraco da bala fazendo minha irmã se agonizar de dor.

Depois disso levou ela para o carro a arrastando pelo braço. Ela estava sangrando muito, e seu corpo estava todo ferido, Amy estava inconsciente.
Amy ficou sentada no carro do lado da Meg, mas ela não tinha força nem mesmo para segurar o corpo dela em pé, então ficou apoiada na irmã, e seu sangue molhou toda a blusa dela.
Ficamos na estrada durante algumas horas, eu não sabia onde ele estava nos levando, eu sei que parecia que nunca íamos chegar a lugar algum.
Ele estacionou o carro no meio de um matagal que parecia estar entre o meio do nada, e o fim do mundo. Nenhum sinal de civilização por perto, não dava nem mesmo para ver as luzes da cidade no horizonte.
Tinha apenas uma pequena cabana lá dentro dentre aquelas árvores e arbustos que não abriam nem mesmo caminho para que passássemos, foi nesse lugar que ficamos durante as horas mais longas da minha vida.
Descemos do carro, e ele nos levou para dentro desse casebre. Não tinham muitas coisas lá, apenas um colchão, um pequeno fogão portátil com uma panela em cima, e dois outros cômodos sem nada, nem mesmo janelas. Em um desses quartos ele nos prendeu.
Eu me encostei no canto escuro do quarto, dobrei os joelhos e coloquei o rosto entre os dois, e abracei minhas pernas.
Eu não tinha noção do tempo que se passava lá dentro, não tinha luz, não tinha nada, era a todo tempo um breu.
De repente ele abriu a porta, trouxe quatro cadeiras, e prendeu um de nós em cada uma. Colocou uma corda um pouco abaixo do busto da Amy para que ela pudesse ficar em pé. E depois entrou no quarto com uma televisão pequena e colocou uma câmera em cima dessa.
Quando ligou a televisão, eu podia ver duas pessoas sentadas em cadeiras, do mesmo jeito que nós, mas elas estavam com um manto preto que recobria toda a cabeça.
A imagem ficou parada por alguns momentos, como se estivesse congelada, mas pouco tempo depois um homem voltou à tela daquela pequena televisão e tirou os panos que cobriam os rostos daquelas pessoas.
Eram... Mamãe...

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Capitulo 8˚: Flop

(vinte e quatro anos atrás.)
- Crianças, eu e seu pai vamos sair
- Tudo bem mãe.
- Tchau.
- Tchau.
Estávamos nós quatro sozinhos em casa. Eu, Ammy, Megan e Amber, assistíamos televisão, enquanto cobertos com um edredom bem quente para nos manter aquecidos, a noite estava muito fria, pela janela eu podia ver a neve caindo devagar.
Peguei minha mamadeira com chocolate quente, apesar do tempo que já se passou, esse é um dos poucos dias que eu posso lhes contar cada passo que eu dei, eu a tomava enquanto assistia um desenho que passava na televisão.
Ammy era a mais velha, ela estava lá para tomar conta de nós, tinha deixado seu marido em casa para poder passar um tempo com seus irmãos mais novos. Megg estava naquela fase chata que todo adolescente faz questão de passar, e Amber era dois anos mais velha que eu, era minha irmã mais próxima, eu a amava de mais.
Nós, não éramos como muitos irmãos que viviam brigando, muito pelo contrario, sempre fomos uma família muito unida.
Eu estava deitado na mesma cama que Ammy e Amber, Megg era a única que estava separada. Eu me acolhi no abraço de minha irmã mais velha, enquanto segurava a mão da minha mais querida. Eu tentava relaxar, para conseguir dormir, pois eu tinha muito medo de dormir sem minha mãe.
Na hora que se passou, todo mundo começou a cair no sono. Primeiro aquele aperto de mão forte foi se afrouxando, um pouco depois Am virou para o lado e me deixou sozinho. O céu estava nublado, os galhos faziam um som estranho enquanto arranhavam a janela e o vento soprava parecendo um fantasma que nos espreitava. Eu estava com muito medo.
As horas continuaram se passando, e eu podia ouvir o som do ponteiro do relógio que estava acima da televisão se mexendo, e tudo me dava medo, mas mesmo assim continuei assistindo aos desenhos, e com o tempo acabei pegando num sono.
“Tec-tec.”
Acordei com um barulho estranho vindo de lá de baixo. E um pouco depois eu ouvi o barulho da porta de entrada abrindo, logo em seguida alguns barulhos de passos.
Olhei para um lado, e Amber ainda estava ali, do outro lado Amm também estava, quem mais poderia ser?
Os passos estavam mais perto dessa vez, a pessoa estava subindo a escada, me enfiei debaixo do cobertor, e me prendi ao braço de Ammy.
A porta do quarto foi aberta, eu estava com medo de mais para tentar ver quem era, eu não sabia o que fazer. Cutuquei o braço da minha irmã devagar, para tentar não mostrar que eu estava ali, ela abriu os olhos, e eu disse bem baixinho:
“Ammy, alguém entrou em casa e está aqui no quarto”
Am virou o rosto devagar e...
“HAA! estão com medo?!”
“QUE DROGA MEGG! Você deu um susto na gente!”
Ela ficou rindo como se não fosse nada de mais
Depois de pouco tempo todos já tinham voltado a dormir, mas eu continuava acordado.
“Amm, eu não consigo dormir, estou com medo.”
“Está tudo bem, Chase, eu estou aqui com você, pode dormir sossegado.”
Meu apertei contra o corpo dela, mas mesmo assim não me sentia seguro. Depois de alguns minutos, ela já estava dormindo novamente.
Quando eu estava quase dormindo, ouvi o barulho de uma moto lá embaixo, e pouco depois, duas pessoas conversando. Fiquei quieto tentando entender alguma coisa, mas, nada...
Logo após a conversa eu ouvi novamente o barulho na porta lá em baixo.
De um lado Ammy, do outro Amber, e lá embaixo deitada em sua cama estava Megan, com certeza nenhum de nós estava lá embaixo como antes.
“Amm, alguém entrou em casa.”
“O que?”
E voltou a dormir.
Eu me levantei, e me escondi debaixo da cama.
Os passos estavam se aproximando cada vez mais, parecia que estava procurando alguma coisa pela casa, pois ia de um lado para o outro.
Os passos chegaram dessa vez, em frente à nossa porta, e pararam. Eu estava mudo, não sabia o que fazer, e nem sabia o que estava do outro lado da porta.
“PAC!”
Um chute quebrou a porta, e todos acordaram.
Debaixo da cama eu só conseguia ver uma bota preta, e uma calça da mesma cor que cobria o cano alto da dela.
“Vamos, do jeito que estão, todos para a sala já!”
“QUEM É VOCÊ?!”
Ele se aproximou de Megg, quem tinha dito essas palavras, olhou bem nos olhos dela e disse:
“Minha querida Megg, você vai ousar teimar? Ou vai descer sem fazer mais perguntas?”
Na mesma hora ela abaixou a cabeça e saiu andando.
Todos tinham decido, e eu não sabia o que fazer.
Lá de cima eu não conseguia ouvir quase nada, somente alguns sussurros, que não significavam nada pra mim já que não conseguia os entender.
Eu resolvi chegar mais perto.
Sai do quarto e me aproximei da escada. As luzes lá embaixo estavam desligadas, a única coisa que iluminava era uma vela que ele tinha ligado.
Eu conseguia ver a sobra das minhas irmãs sentadas em cadeiras, e mais nada.
“Onde está o Chase?”
“Ele saiu com nossos pais.” Respondeu Amm.
“Eu sei que ele não foi junto. Seus pais estão sendo muito bem vigiados”
Amm ficou muda.
Eu desci mais um pouco para poder entender o que estava acontecendo.
As três estavam amarradas às cadeiras, amordaçadas. Somente Amm estava podendo falar, para poder passar as informações necessárias.
De repente eu encontrei o olhar daquele homem.
“Aí esta você!”
Ele veio em minha direção.
Eu corri para cima de novo, e me escondi debaixo da cama novamente.
“Onde está você?! Eu não vou te machucar!”
Eu estava tremendo de medo, e minhas mãos estavam atadas, minha única segurança sempre foram meus pais, mas eles não estavam ali.
“Chase?”
“Eu só quero conversar um pouco com você.”
Ele entrou no quarto em que eu estava.
“É você aqui debaixo da cama?”
E com somente uma mão levantou a cama, que eu não conseguia levantar nem mesmo com as duas juntas.
Pegou-me pelo braço.
“Por que se escondes de mim? Tens medo?”
Eu balancei a minha cabeça em afirmação.
“Não se preocupe, eu só estou fazendo meu trabalho! Vai ficar tudo bem se você cooperar comigo”
Ele me levou até o andar de baixo, e me colocou entre as cadeiras das minhas irmãs, essas estavam dispostas uma de frente para a outra, como se estivessem fazendo um circulo de conversa.
“Por Favor, leve tudo o que quiser, mas nos deixe em paz”
“Ammy, Ammy. Eu não vim aqui roubar, o meu objetivo é outro.”
“O que quer então?!”
“Em breve você descobrirá”
E colocou a mordaça em Amm.
Megg desesperada começou a chorar, e gritar.
Ele olhou para ela e disse
“Você vai ficar me atrapalhando mesmo?”
Ela chorou ainda mais.
“Então, está tudo bem, já que é assim.”
Ele pegou uma caneta que estava em cima da mesa e disse
“Vou ter que fazer algo a respeito do seu choro.”
Puxou a sua cabeça para trás pelos cabelos, para que seu rosto ficasse de frente para o dela. E então perfurou seus dois olhos com a caneta.
O sangue começou a descer, e pingava em mim, que estava aos seus pés.
O grito dela foi ainda mais alto
Ammy começou a chorar também, e eu fiquei com muito mais medo, porque sabia que não podia fazer nada, e ele ia fazer algo com ela também.
Como já era previsto, ele olhou para Amm...
“Você também quer ganhar um presente?”
Ela continuou a chorar.
“Se a dor de sua irmã te machuca tanto que lhe faz chorar, eu faço questão de não te deixar a ouvir o choro.”
Pegou a mesma caneta, e enfiou nos ouvidos da única pessoa que eu ainda tinha esperança de me salvar naquela noite.
O sangue escorreu de seus ouvidos, e ela chorou ainda mais.
Eu me abracei à perna da Amber, olhei nos olhos dela, e vi que estavam tão perdidos quanto os meus. Ela chorava, mas estava chorando calada, sem fazer barulho, para que ele não piorasse o que já tinha feito.
Ficamos ali durante um tempo, olhando para nossas irmãs mais velhas.
Ele recebeu algumas ligações durante esse tempo, mas ele se distanciava um pouco para que não pudéssemos escutar.
Depois da ultima ligação, ele voltou para perto de nós, deu uma olhada, se dirigiu à cozinha, e voltou com uma lamina em suas mãos.
Olhou para a faca que empunhava...
Amber não suportou, e deu um grito.
“NÃO!”
“CALA-TE! Todos os vizinhos vão te escutar! Tão pequena e já me da tanto trabalho.” Respondeu ele.
“Oito aninhos não é minha queridinha?”
“Sim. Por favor, não faça nenhum outro mau a nós”
“Temo ter a necessidade de fechar a sua linda boquinha.”
Ele começou a andar pela casa, eu só podia ouvir o barulho dele mexendo nas coisas, mas não sabia bem o que era.
Ele voltou com uma linha e uma agulha.
“Pronto. Já sei o que fazer contigo.”
Prendeu a cabeça dela com uma mão, e coma a outra começou a costurar a boca da Amber.
Ele costurou de um canto ao outro da boca, para ter certeza de que ela não gritaria mais.
Minha irmãzinha voltou a chorar calada.
Ele recebeu mais algumas ligações.
Quando voltou, colocou o celular para filmar e disse:
“Dêem um oi para o papai e para a mamãe!”
Depois daquilo nós tivemos certeza de que nossos pais estavam realmente sendo bem observados.
Ele foi de novo para longe falar no telefone.
Mas ao que me parecia, as coisas não estava dando muito certo...

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Capitulo 7º: No one can see. No one can hear. No one can talk about

“Quantos anos tem Elizabeth?”
“Vinte e seis”
“Poderia saber em que trabalha?”
“atualmente não estou trabalhando com nada...”
Isso me facilitaria muito trabalho.
“Chegamos.”
“Muito obrigada doutor Chase.”
“De nada”
Esperei-a entrar em casa, para poder voltar ao hospital.
O meu dia de trabalho foi mais sossegado do que eu pensava que seria. Não tive nenhuma cirurgia marcada, fiquei sentado em minha cadeira recebendo pacientes.
Quando meu expediente chegou ao fim, peguei minhas coisas e entrei no meu carro, um pouco impaciente, queria voltar logo para casa, e assim feito, tomei um banho, vesti uma calça e uma blusa escura, coloquei um gorro, pois aquela noite estava extremamente fria, e também não queria ser reconhecido... Peguei minha lanterna e meu binóculo e então saí de casa a pé.
Andando pelas ruas eu via todos se acolhendo em suas casas, poucos se atreviam a enfrentar aquela escuridão gélida, as previsões de tempo diziam que naquele dia a temperatura poderia chegar a oito graus negativos.
Cheguei à frente da casa de Elizabeth, e desde já comecei a pensar em uma solução para a seguinte situação: A casa dela era cercada de outras casas, em uma grande vizinhança.
Adentrei um pouco a pequena floresta que ficava em frente a sua casa, e lá subi em uma árvore que tinha um porte pouco maior que o das outras. Peguei o binóculo que carregava comigo e comecei a observar pelas janelas da casa, tudo o que ela fazia, cada passo, todos os seus afazeres domésticos, marcar os tempos que ela demorava em fazer tais coisas.
O namorado dela não era grande ameaça, pois voltava do emprego tarde da noite, quando o fazia ela já estava dormindo a algum tempo.
Fiquei ali os esperando acordar, o dia seguinte era um domingo, eu não teria que ir pro trabalho, então madruguei naquela árvore os observando.
Durante a noite, não aconteceu nada de mais, ele levantou uma vez para ir ao banheiro, e ela duas, em uma delas foi ao mesmo lugar que ele, e na segunda foi beber um pouco de água.
Ela acordou às sete da manhã, tomou um banho, escovou os dentes, e então foi para a cozinha, que foi um dos poucos lugares da casa que eu não conseguia ver de onde estava. Vi algumas vezes ela indo de um lado ao outro da cozinha, e depois de algum tempo ali dentro ela foi para a sala aonde arrumou a mesa para o café da manhã.
Ela fez waffles, preparou café e também um suco, e colocou algumas frutas na mesa.
Depois disso, ela subiu para chamar seu namorado, que levantou ainda com sono, molhou o rosto, escovou os dentes, e desceu para o desjejum.
O dia foi muito monótono, não fizeram nada de mais durante ele, e as duas semanas que os fiquei observando se seguiram igualmente.
A terceira semana, foi um pouco diferente, não para eles claro, para mim. Andei pelas ruas da cidade, e também no entorno da cidade à procura de algum lugar que fosse afastado o suficiente para que ninguém pudesse ouvir os gritos daquela menina.
Uma casa que ficava já fora da cidade me chamou a atenção, ela aparentava estar abandonada, durante o tempo que eu tinha naqueles dias de semana eu fiquei observando aquela casa, e não aparecia ninguém. Com o chegar acolhedor da noite, vesti as luvas que ficavam no porta malas do meu carro, pulei o muro da casa, e entrei.
Lá dentro parecia a cena de um filme de terror, as paredes eram de uma madeira muito escura, que estava apodrecendo, com luzeiros fracos que deixavam um ambiente sombrio. Teias de aranha para aonde olhasse, varias imagens grudadas nas paredes, figuras de santos, que olhavam com tristeza. A natureza ainda orquestrava uma musica de fundo, aonde os assobios do vento, o ranger das árvores, berros estridentes de alguns animais na mata que contornava a casa tocavam uma bela sinfonia. E uma das coisas que poderia a deixar mais desesperada, nenhum sinal de civilização por perto.
***
Era chegada a hora.
Aquele era o dia perfeito. Separei alguns instrumentos que seriam essenciais para aquela noite, entre eles, o bisturi, uma agulha de costura, e uma linha especial, ela era mais grossa, e mais resistente do que as linhas normais.
Esperei ansiosamente as quatro horas da tarde, que era a hora em que ela ficava sozinha em casa.
Toquei a campainha, fiz uma cara assustada, com medo.
“Dr. Chase? O que aconteceu?”
“Elizabeth, por favor, venha comigo, eu acabei de ser chamado para uma urgência, e… eu não sei bem como te dizer isso, mas... Ele sofreu um acidente. Eu não sei se ele vai...”
O medo era nítido em seus olhos, ela correu para o carro ao meu sinal, entramos e então aumentei um pouco a velocidade para ela pensar que estávamos indo ao encontro de seu amado, Mas como já era previsto, depois de um tempo, ela começou a estranhar o lugar que a gente estava indo.
“Doutor, tem certeza que era mesmo ele? Não costuma vir por esse lugar da cidade, receio que tenha se enganado.”
“Não Elizabeth, eu não me enganei. Deixe-me explicar.”
Peguei a seringa que estava do meu lado, e a apliquei-a em seu braço. Na mesma hora ela apagou.
Ela acordou com um pano na boca, com amarras nas mãos e pernas, estava enrolada em um cobertor.
Seus olhos cor-de-mel correram de um lado para o outro da sala, procurava a mim.
“Elizabeth?”
Ela então me viu ali sentado a sua espera.
Deu um berro tentando pedir socorro.
Levantei meu bisturi, e fiquei olhando para ele, vagando em alguns pensamentos.
“Eu sinto lhe dizer... mas... Brian não resistiu aos ferimentos... ele está morto.”
Ela deu outro grito abafado pelo pano na boca, e se quebrantou em lagrimas.
“Eu fiz de tudo para salvá-lo, mas não foi possível.”
Agora eu olhei para ela, o bisturi estava entre meus olhos.
Ela olhou pra mim com medo, mas não era esse o sentimento que suas feições mostravam, era a dor, não física, pois essa ainda estava por vir.
Levantei-me da cadeira me aproximando da cama, e sentei ao seu lado.
Ela tentou gritar mais algumas vezes, mas nenhuma teve sucesso, ela continuava lá.
Aproximei meu rosto dela, de um jeito que eu conseguia sentir o seu respirar pausado, ela estava em estado de choque. A dor era tanta que ela não conseguia nem mesmo se mexer, e sua respiração vinha aos poucos.
Peguei em sua mão, e retirei a aliança que estava em seu dedo.
“Acho que sem ele entre nós você não vai mais precisar disso.”
A cada segundo as lagrimas rolavam em maior quantidade e mais rapidamente, e a respiração baixava de frequência.
Passei a lamina com leveza por seu braço, eu vi a pele dela se abrindo, ficou à mostra uma camada branca, que logo depois de alguns instantes foi pintada de vermelho. Então veio o primeiro urro de dor.
Os olhos dela tremiam, naquele estado ela não tinha controle sobre seu corpo. Lá dentro era somente uma prisão.
O ritmo da respiração se diminuía cada vez mais.
“Mas você não precisa se preocupar, ele morreu lentamente, e sofreu o suficiente. Ele podia sentir cada gota de seu sangue caindo no chão. E sentiu a vida saindo dele, segundo a segundo, o tempo que se decorreu do momento do acidente até o a hora de seu óbito foi mais demorado do que toda a sua vida.”
Ela deu uma respirada mais forte, e em seguida soltou todo o ar nos soluços de seu choro.
Outro corte.
“uuuuuuuuuuuuuuuuuuuuur”
O grito abafado dela novamente não foi o suficiente.
À medida que cortava sua pele, eu podia ouvir o barulho da lamina a rasgando.
“uuuuuuuuuuuuuuuuuur”

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Muitos golpes já haviam sido desferidos.
Tirei o pano de sua boca.
“Você fez algo para o ajudar?” Sussurrou ela.
Ela não ligava para o que seus próprios problemas, a maior dor era sua perda.
Essa pergunta eu não respondi.
Peguei a agulha e a linha que eu tinha trago, e me sentei ao lado dela.
“Lamento te dizer, mas, você não pode contar pra ninguém o que aconteceu aqui hoje.”
“Eu não irei, somente me fale que Brian está bem.”
“Receio não poder fazer mais nada”
Com a agulha perfurei o canto da boca dela, no lábio inferior. Um pouco de sangue molhou a linha.
Dessa vez o grito dela foi mais audível, Já não estava mais abafado. E aos poucos ela voltava a ter os movimentos. Já era tarde de mais.
A boca dela ia se fechando cada vez mais, e ela não conseguia mexer as partes costuradas, e assim foi, durante alguns minutos, que por sinal demoraram horas para ela. Depois de um tempo a boca dela tinha sido completamente costurada, comecei e terminei no mesmo lugar da boca.
O corte que eu fiz dessa vez era maior e mais profundo que os outros, cortei desde o começo de seu tórax, até o final de sua barriga.
O grito dela, mesmo com a boca atada, foi ensurdecedor, e com a força que ela fez, a pele dela que estava segurando a linha de costura cedeu um pouco, vários cortes se abriram onde estava a linha, e a boca dela começou a sangrar. Com isso veio mais um grito, e assim, a pele cedeu mais um pouco, aumentando ainda mais o corte.
O tronco dela estava completamente manchado de sangue, e esse já escorria pelo colchão onde ela estava deitada.
Pouco a pouco eu vi as forças dela se esvaindo. Sua respiração diminuía novamente o ritmo, o pulso dela era mínimo, Elizabeth não tinha mais sangue para correr em suas artérias, seus olhos já não tremiam mais como antes, os músculos que antes contraídos por causa do choque agora começavam a perder as forças.
Uma ultima lagrima rolou em seu rosto.
Seu olhar se perdeu naquela sala.
Elizabeth estava morta.
Sentei-me no sofá, e nada passava pela minha mente, nenhum pensamento, nada, somente um alivio. Eu relaxei por alguns momentos, fiquei ali sentado.
Decorrido mais ou menos uma hora, fiquei olhando para o corpo dela sem vida, eu me levantei, e então peguei tudo o que tinha usado, fui à cozinha da casa, e limpei. Entrei no meu carro, tirei minhas luvas, e finalmente dirigi de volta para casa.
Sem ligações para a policia, sem nenhuma cirurgia delicada, o corpo dela ficaria ali até que alguém sentisse o cheiro de putrefação.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Capitulo 6º: Lifeless

Aquele era um dia triste, todos ao meu redor estavam em dor. Abaixo de mim estava embalsamado o corpo daquela menina, que dias atras vi rangendo de dor. Até o céu chorava, menos eu.
Essa é a primeira vitima que eu vejo sendo enterrada, além de a matar eu estou aqui em seu funeral.
Via nos olhos de seu pai sua imensa triste. Com olhos fundos, escuros, e um olhar forte, não consegui esconder o que gritava no âmago de sua alma. Aquilo foi satisfatório.
Todos compartilhavam de uma mesma dor.
Charlie tinha me convidado para aquele evento pois eu era o médico mais próximo a família, e por que eu tinha sido aquele quem primeiro atendeu a menina no hospital ele queria que eu estivesse compartilhando daquele momento.
Observava todos ao meu redor, não deixava passar nada despercebido, cada lagrima, cada gesto, cada soluço, aquele era meu prêmio final.
Entre eles se destacou um menina, a que todos chamavam de Elisabeth, ela tinha seus vinte e cinco ano mais ou menos, e estava acompanhada de sua amiga Maria que teria aproximadamente a mesma idade.
Em seus olhos eu via muitos mistérios, medos, inseguranças. Uma vitima perfeita.
Diferentemente das minhas primeiras, ela tinha um cabelo escuro, um castanho escuro, prendia seu cabelo para traz e deixava apenas duas mechas que delineavam seu rosto. Tinha olhos cor-de-mel, e uma pele alva. De salto ela ficava um pouco maior do que eu, deveria ter quase um metro e oitenta de altura, com uma bela silhueta.
“Susan foi uma boa menina durante sua vida, que Deus a tenha.”
No auge do outono, eu podia ver as folhas secas caindo ao chão, eu acho que era o único ali que ficava prestando atenção nessas coisas. Essas folhas amarelo-alaranjadas tinham três pontas, e dava para ver as estrias se ramificando por dentro dela. Apesar de secas, pareciam ainda vivas.
Flashs de memória apareciam a todo tempo em minha cabeça, me lembrando da cena de duas noites atras, o grito estridente ainda inflamava meus ouvidos, eu os ouvia como se ela ainda estivesse ali do meu lado. Todo aquele desespero, aquela dor, tudo aquilo.
Parecia que ela estava olhando para mim, mesmo de olhos fechados… era como se ela ainda estivesse comigo. Ela nunca me deixara, somente a esse mundo.
No dia de seu óbito ela estava vestida de preto, um vestido que ia até pouco acima do joelho, estava com uma maquiagem leve no rosto, porém essa destacava todos os seus traços, seus olhos, seus lábios, tudo combinava. Tinha um olhar sensual, e seu vestido acentuava seu busto. Com um corpo definido e um tanto afeminado ela seria capaz de conquistar qualquer rapaz.
Eu estava em seu quarto a esperando enquanto ela tomava banho para poder sair. Demorou bastante para se arrumar, mais ou menos uma hora e meia, mas paciente que sou esperei.
Depois que estava pronta, saiu do quarto, com aquele visual estonteante. Admirei-a um pouco antes de qualquer coisa…
Depois de alguns minutos a observando, levantei-me do canto escuro aonde estava sentado, e enquanto ela estava de costas apliquei uma injeção de entorfina em seu braço para poder começar com a cirurgia.
Extraí com cuidado seus tímpanos para que ela não me pudesse ouvir, vendei-a e a deixei deitada em sua cama, até que acordasse.
Quando isso aconteceu, passei meu braço por seu corpo, agora, semi-despido para que ela pudesse saber da minha presença.
Ela não sabia bem o que lhe atacara, mas sabia que eu estava ao seu lado. Começou a suar frio, e vi uma lagrima escorrer. Perguntou algumas vezes quem era, mas não respondi, ela não tinha como saber...
Comecei meu ritual, passo a passo, todos os cortes, com direito a cada grito e cada choro. Quando ela caiu no chão já sem aguentar, sentei-me de frente a ela, e ao soar de sua voz me perguntando quem era eu respondi de um jeito simples, coloquei meu dedo na mão dela e fui escrevendo devagar.
“Dr. Chase”
Ela foi a primeira pessoa que soube quem eu era.
Em seguida, o ultimo passo do ritual.
“tuuuu tuuuu”
“Policia, em que posso ajuda-lo?”
“Socorro, ele vai me matar.”
“tu tu tu tu”
Um pequeno corte na artéria braquial.
Olhei para ela, mas percebi que estava arriscando de mais.
Cortei sua língua, o que aceleraria a sua morte, mas seria necessário, coloquei um pano em sua boca e saí do quarto.
“em nome do pai do filho e dos espirito santo, amém”
Todos se viram diante do ultimo instante em que sentiriam a presença de Susan, pareciam estar perdidos em seus olhares, lembrando de coisas distantes, cada um deles.
E por fim, o caixão foi abaixado, e ela enterrada.
De um em um foram saindo daquele lugar. O primeiro a sair foi Charlie, ele era o que aparentava estar mais abalado, não duvido nem um pouco disso, ele viu o ultimo suspiro de sua filha que morria em sua frente, e mesmo assim não pode fazer nada. Em seguida saíram Claudia e sua mãe, pouco depois Elizabeth e Maria se despediram, essa ultima teria que ir para casa de taxi. Estavamos enfim eu e Elizabeth
“Elizabeth?”
“Dr. Chase?”
“Porque ainda esta aqui?”
“Eu não tenho como ir agora, meu namorado está um pouco atrasado, mas logo logo ele chegará aqui.”
“Se importa se eu a levar para casa?”
“Seria muito melhor para mim doutor.”
“Então vamos."

Capitulo 5º: Funeral

Aquele era um dia triste, todos ao meu redor estavam em dor, abaixo de mim estava embalsamado o corpo daquela menina que eu tanto amava. Até o céu chorava.
O padre falava algumas coisas em frente ao túmulo, mas na verdade ele nem conhecia a menina que ali estava...
Cada memória ainda ardia em minha memória, e ainda me arrependo do que fiz. Ela não falava comigo desde então.
Susan tinha, naquele 17 de agosto, vinte anos. Tinha concluído com sucesso o seu ensino médio, tinha passado em uma ótima faculdade, e agora, quero dizer, naquela época, ela estava cursando jornalismo, tinha grande vontade, desde criança de viajar por todo o mundo, conhecendo de tudo, entrevistando pessoas. E com o tempo isso foi crescendo, até que conseguiu se formar no que sempre quis.
Naquele dia, um domingo, nos reunimos na casa de meus pais, para ficarmos todos juntos, íamos para o almoço e voltávamos somente a noite, esse era um costume que tínhamos desde que eu era pequeno.
Aquele dia foi diferente, porque ela não foi sozinha. Junto com ela, entrou na sala um rapaz alto, com seus vinte e dois anos mais ou menos, tinha um corpo esbelto, olhos escuros, um cabelo curto. Ele tinha também alguns adornos nas orelhas. Tinha os dentes brancos, uma pele bem clara. E ainda me lembro como se fosse hoje, estava vestindo uma camisa fina de mangas compridas. Ela era preta com listras brancas quase imperceptíveis, estava com uma calça Jeans e um all star branco com detalhes pretos.
Ela estava feliz, com um sorriso que ia de uma ponta a outra do rosto. Era seu primeiro namorado.
Aquilo pra mim foi a maior ofensa que poderia existir. Eu não aceitava o fato de minha pequena filha tinha crescido, e fui totalmente contra isso, a humilhei na frente de seu novo namorado.
Ela não aceitou isso de forma alguma, e depois desse dia, ela nunca mais foi a mesma comigo.
Aconteceu que tempos depois desse dia, eles terminaram, não tinha dado certo, mas mesmo assim, ela nunca mais falou comigo, o que tinha magoado não era eu ter rejeitado o namorado dela, era eu ter rejeitado a decisão dela, eu a magoei de forma que nunca mais mudaria.
“Susan foi uma boa menina durante sua vida, que Deus a tenha.”
As palavras do padre me acordaram do meu transe.
Deus nunca teria sido muito presente na minha vida, eu não acreditava muito nesse tipo de coisa.
Junto comigo não estavam muitas pessoas. Reunidos ali éramos sete. Eu, o padre, o Doutor Chase, Maria e Elisabeth, que eram duas amigas intimas de minha filha, Claudia, que era minha ex-mulher, e sua mãe.
“em nome do pai do filho e dos espirito santo, amém”
Ao redor do buraco cavado no chão tinham milhares de folhas que enfeitavam o cenário, aquela terrível cena de horror agora se transformava em uma linda tarde de outono, Susan sofrera muito, mas agora tinha um sepultamento que apesar de triste, era belo. Agora eu podia ver a paz em seus olhos.
Essa seria a ultima vez que veria minha filha.
Dei uma olhada bem atenciosa, prestei atenção em todos os pequenos detalhes que podia ver do que o assassino tinha feito. E com mais uma olhada, vi todos os pequenos detalhes de seu rosto, como ela havia mudado. Relembrei tudo o que tinha passado com ela, sua infância, seu crescimento, adolescência. Susan nunca tinha sido uma filha ruim, muito pelo contrario, eu me orgulhava muito dela.
Senti uma lagrima rolando em meu rosto.
Ao meu redor as pessoas faziam o sinal da cruz, porém eu continuei quieto, observando aquilo que fora tudo pra mim.
Eles fecharam o caixão, o colocaram no buraco, e ali se foi. Aquela seria a imagem que eu carregaria pro resto da minha vida.
***
Os médicos legistas disseram que tinham feito muitos cortes nela que a causaram muita dor antes de morrer, disseram também que aquilo não tinha sido rápido, e que o único corte que poderia ter levado a sua morte era um corte embaixo do braço que teria perfurado sua artéria braquial. E disseram ainda, que tinham marcas perto de seus olhos que indicavam que ela tinha sido vendada, e que para que não escutasse nada seus tímpanos teriam sido furados,além disso, sua língua tinha sido precisamente cortada.
Não me impressionava que tinha muitas coisas em comum com a morte que acontecera poucas semanas atras, o que me deixou pensando foi o porque dos tímpanos furados.
Revirei alguns papeis das investigações, li todos os registros, porém, como sempre, nada.
Não tinha nada que pudesse nos levar a alguma pessoa, e nos até agora só tínhamos um suspeito, que até agora não tinha sido encontrado, esse era o namorado atual da minha filha, que não estava presente na cena do crime, e não achamos o seu corpo em lugar nenhum nos arredores da casa.
O nome dele era Joe, eu nunca o conheci, minha filha nunca mais me apresentou um de seus namorados. Minha ex-mulher ao contrario de mim o conhecia bem, quando a fui interrogar a respeito dele, ela disse que ele era um bom homem, e que nunca o tinha visto fazer algum mal a nossa filha, disse também que ele aparentava a amar muito, e que pretendiam em breve se casar.
Ela disse que ele tinha viajado para uma convenção e que voltaria em poucos dias.
Mandamos policiais atras dele, como principal suspeito ele teria que estar na cidade, e tínhamos que interroga-lo o mais rápido possível.
Aquele dia tinha sido muito difícil para mim, arrumei minhas coisas, entrei no meu carro e fui para casa, descansar porque eu não conseguia trabalhar direito com tudo aquilo na cabeça.
Deitei-me em minha cama, e caí em um profundo sono, sem sonhos, apenas aquele escuro durante toda a noite, parecido com o escuro que tinha se tornado agora a minha vida.